domingo, 27 de dezembro de 2015

Espiritualidade e cuidado

Caroline Petrie é uma enfermeira Cristã encarregada de visitas domiciliares. Após trocar curativos na perna de uma paciente idosa, perguntou: “Você gostaria que eu orasse por você?” A paciente agradeceu e recusou e a visita encerrou-se. De alguma forma, a cena corriqueira chegou a seus empregadores, os quais afastaram a enfermeira com a acusação de falha em demonstrar “compromisso pessoal e profissional com o igualitarismo e a diversidade”.

Neste nosso novo mundo “politicamente correto”, a espiritualidade tem se tornado um tema proibido no meio médico. Em estudo recentemente publicado no JAMA2, durante reuniões com a família dos pacientes para discutir os objetivos do cuidado em 13 UTIs americanas, quando o tema da espiritualidade era abordado pelo representante do paciente, os profissionais de saúde frequentemente redirecionavam a conversação para considerações médicas.

Contudo, um artigo publicado na Critical Care Medicine em 2014 mostrou que quando há a preocupação por parte do hospital em oferecer provedores de cuidados espirituais às famílias de pacientes na UTI, verificou-se um aumento da satisfação dos familiares em geral com o atendimento na UTI (p <0,05) bem como uma maior satisfação da família com as decisões tomadas na UTI (p <0,05).3

Muitas vezes o paciente sabe mais do que o médico no tocante a assuntos espirituais, o que talvez deixe alguns médicos desconfortáveis em abordar o tema.

Na publicação Dying in America: Improving Quality and Honoring Individual Preferences Near the End of Life4, do Institute of Medicine (IOM), a atenção às necessidades espirituais figura entre os componentes centrais dos cuidados paliativos, em virtude das evidências científicas mostrarem que a assistência espiritual está associada a uma melhor qualidade do cuidado.

A quantidade de pesquisas relacionando espiritualidade e saúde tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, conforme o gráfico abaixo obtido no PubMed.


Em entrevista ao Medscape Medical News5, o Dr. David Levy, um cirurgião neurovascular, admitiu que a oração faz parte de sua interação regular com os pacientes, não como uma forma de avaliar ou modificar o perfil espiritual do paciente, mas como forma de ajudar no cuidado com o mesmo. “Eu quero usar tudo do meu armamentário para obter o melhor resultado”.

Dr. Levy afirma orar para cada paciente antes da cirurgia, mas não só para o paciente, mas para si mesmo, a equipe e todos os outros envolvidos. "Esse é o meu costume, e ninguém jamais mostrou que rogar bênçãos sobre as pessoas fez mal a ninguém, e muitos acreditam que ajuda..."

Fonte: http://www.pacientegrave.com/

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