E é esta visão que vem acompanhando a formação dos enfermeiros no século XXI.
Mas, ao ler o artigo intitulado "Um olhar paradigmático sobre a assistência de enfermagem: um caminhar para o cuidado complexo" refleti sobre a possibilidade desse cuidado integral estar sendo distorcido pelos profissionais de saúde, reafirmando o paradigma cartesiano, mecanicista, fragmentado, e consequentemente afastando o doente do processo terapêutico.
As autoras Silva e Ciampone trazem que, para assistir/cuidar dos sujeitos doentes, criou-se o Processo de Enfermagem , mas ao levantarmos os diagnósticos de enfermagem, ao determinarmos as prescrições e intervenções acabamos muitas vezes desconsiderando a vivência, as expectativas e valores dos pacientes e famílias. Os excluímos do processo, e acabamos por sermos normativas, impositivas no planejamento e cumprimento da assistência de enfermagem.
Somos formados dentro da ciência biológica, com prejuízo da apreensão da complexidade do ser humano e do impacto disso no cuidado. Elas afirmam ainda ser muita pretensão acreditar que só os enfermeiros sabem o que, o porque, o como e quando determinados cuidados deverão ser planejados e realizados.
As escolhas do que fazer devem ser discutidas e negociadas com o paciente e seus familiares, o que não significa omissão ou negligência profissional, mas implica acreditar que o outro é sujeito comunicativo, pensante, dotado de consciência, de autonomia e desejos, não apenas pessoa-paciente-passivo em nossas mãos.
Mas, para que os estudantes tenham essa visão/postura nos ambientes de trabalho, eles precisam também viver esse holismo no seu processo formativo...senão, como colocaremos em prática algo que não é vivido???
Pensem nisso e aproveitem e leiam o artigo "Holismo só na teoria: a trama de sentimentos do acadêmico de enfermagem sobre sua formação"
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